quinta-feira, fevereiro 03, 2011

as flores têm cheiro de morte...





Ontem no caminho pro trabalho,como sempre ouvindo música, começou a tocar "Flores" dos Titãs,uma versão ao vivo deles tocando com os Paralamas.E daí teve um trecho que me pegou de surpresa,engraçado é que já ouvi tanto essa música antes e isso nunca tinha me tocado como naquela hora:

"...As flores têm cheiro de morte
a dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem..."


"as flores têm cheiro de morte" me levou ao velório do meu avô paterno.Não sei se por ter sido a primeira vez na vida que vivenciei isso, me marcou.
Eu ainda era pequena, tinha 6 pra 7 anos, não entendia o que se passava, o quque estava acontecendo de fato.Meu avô tinha morrido,não lembro se sofri, se chorei, lembro de algumas imagens borradas,de algumas pessoas que estavam lá,lembro de quando ele estava internado e que meu irmão foi o único dos netos à entrar no quarto...e lembro do cheiro...aquele cheiro de vela misturado com o das flores.E das outras vezes que fui num velório,o cheiro me remetia àquele primeiro velório...
Pode parecer estranho ficar falando sobre isso, pois é um assunto nada agradável,mas isso ficou martelando na minha cabeça desde ontem e achei melhor despejá-lo logo de mim.
Não tenho muitas lembranças dele,e menos ainda do meu avô materno que faleceu 1 ano depois dele.Lembro dele sentado na poltrona de frente pra TV,assistindo um jornal (mega chato) na TV Gazeta, ele só assistia àquilo,com o cobertor nas pernas e o galão de oxigênio do lado.Sempre fui muito apegada à minha avó,quando era criança, morávamos na rua de cima, e nas férias escolares quando não íamos viajar pra casa do tio Manolo em Caraguá,eu ficava mais na casa dela do que na minha.

Espero que ele esteja bem, e que ele tenha se encontrado...nunca tinha tido isso antes, de pensar e falar dele...vai saber se ele não esteja por perto, vai saber...

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